eram aqueles os dias. eram no passado. dias em que nos sentávamos sóbrios no acostamento. e assistíamos o sol se pôr atrás de placas de trânsito. e erguíamos a primeira lata, num brinde às nossas dúvidas. eram dias em que desistíamos de partir. em que resistir parecia ser uma atitude heróica. e nós preferíamos o erro e o chamávamos de resistência ou de atitude heróica. eram os últimos dias. em que fazíamos guerras de travesseiros e nunca nos dávamos por vencidos. éramos bravos e lutávamos por nossos amores e por um sorriso a mais contra a velhice. contra o cansaço. e a responsabilidade que acenava da janela do ônibus. eram no passado. dias quentes e calmos. dias em que fatiávamos o ar para abrir caminho. e podíamos beber e cantar ou gritar por que éramos miseravelmente felizes. naqueles dias, o silêncio dizia toda a angústia, entre uma xícara vazia e uma broa de milho, no café da manhã servido até às 9:30.

Adriana Brunstein  – (28 de abril de 2012 às 18:19)  

deixa eu te pagar uma taça de vinho ruim?

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